Iniciar em uma experiência de voluntariado era um desejo que tinha há muito tempo porque aprendi que não basta somente receber do mundo, precisamos doar para ele em retorno — da forma que mais fizer sentido para nós.

Desse modo, foi com muito entusiasmo que me deparei com o projeto FLOR GENEROSA na plataforma Atados e me apaixonei pela ideia abordada. Desde o princípio entendi que era uma iniciativa que aliava sustentabilidade à generosidade e isso falava diretamente comigo e com o que acredito.

Logo, dei o primeiro passo de me inscrever através do formulário online e alguns dias depois recebi a ligação de Carmen, idealizadora do projeto. Ao conversar com ela, soube que fazia a escolha certa.

Algo muito especial nesse primeiro contato foi que me senti imediatamente acolhida por ela e inspirada pela paixão que transbordava de suas palavras. Penso que esse contato telefônico foi primordial para me aproximar mais do projeto e também compreender o que seria esperado de mim.

Assim, iniciei o voluntariado como artesã — e a hesitação inicial por nunca ter confeccionado um buquê nem ao menos ser tão habilidosa em tarefas manuais foi logo superada. Por ser muito tímida, sempre tenho receio de ser incompreendida ao me juntar a um grupo novo e nesse projeto isso não aconteceu.

Definitivamente não existe uma troca de julgamentos ou uma competição de perfeccionismo. Ali se reúnem pessoas reais com o interesse genuíno de promover boas ações e levar carinho adiante, não há espaço para uma disputa de egos porque todos buscam a união em prol de um objetivo comum.

Lembro que em minha primeira visita à casa de repouso, perguntei à Carmen se havia algo de específico que não era aconselhável mencionar aos idosos. Tinha também muito medo de ofender alguém sem querer ou acabar não conseguindo conter as lágrimas e causar uma péssima impressão.

Ela me assegurou prontamente — provavelmente reconheceu minha expressão de desespero. Uma visita se transformou em duas, três, quatro… Os meus “domingos generosos” se tornaram o ponto alto de minha rotina e as pessoas que conheci nas casas os meus grandes professores.

Nós disponibilizávamos nosso tempo, montávamos os buquês e realizávamos as visitas. Contudo, quem realmente merece todo o crédito é esse grupo de pessoas que, mesmo vivenciando um cotidiano diferente daquele que estivera acostumado anteriormente, nos ensinava tanto sobre o que de fato é a vida.

Um beijo!